quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Campo de tulipas

- Não há nada no mundo mais lindo do que um campo de tulipas, você não acha?
- O quê?
- Tulipas. Um campo de tulipas é a coisa mais linda do mundo!
- E você, por acaso, já viu um campo de tulipas?
- Claro que já! Vi no meu sonho. Era tão lindo...
- Viu aonde?!
- No meu sonho.
- Ah, que besteira! Então você não viu, sonhou.
- Sonhei e vi, oras! Vai me dizer que você nunca sonhou?
- Não! Nunca sonhei!
- Duvido! Todo mundo sonha, ao menos uma vez na vida.
- Mas eu não!
Bom, pensando bem, teve uma vez que... Ah, esquece!
- Esquece, nada! Anda, conta como foi.
- Não conto!
- Ah, não faz charme! Conta logo...
- Tudo bem, eu conto. Mas vou logo avisando que foi um sonho idiota.
Eu estava num lugar ao ar livre, como um parque, e tinha um palco. No centro do palco, havia um príncipe, vestido de branco, lindo, que me olhava fixamente. Não havia ninguém lá, além de nós dois, claro. E ele tocava tuba - eu sei, o instrumento mais ridículo que existe. Nossos olhares estavam fixos um no outro, e a cada acorde, o mundo parecia girar mais devagar, como se estivéssimos num filme em câmera lenta. E...
- Droga!
- Que foi?
- Campo de tulipas é o escambal! Eu queria era um sonho desses...


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O texto acima foi baseado em algo muito parecido que li há alguns dias na internet. Na verdade, como não consegui encontrá-lo, acabei tentando reproduzi-lo aqui no Mot. O texto original trata de um campo de girassóis, se não me engano.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Ela faz cinema

"Sei que ela pode ser mil, mas não existe outra igual."



Para tirar a poeira, o clipe da música que inspirou a descrição do blog.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Requerimento de confidencialidade



1. Para fins deste Contrato, estabeleço às interessadas que a expressão "Informações Confidenciais" significa quaisquer informações e dados, sentimentais, afetivos ou de projetos pessoais, etc, relativos às circunstâncias existentes ou em desenvolvimento pelas partes.


2. Também serão "Informações Confidenciais" os dados, textos, correspondências e informações reveladas oral ou visualmente, independente do meio em que forem transmitidas, que indicarem esta natureza.


3. Fica estabelecido que todas as Informações Confidenciais trocadas entre as aliadas se subordinam ao seguinte padrão de critérios:

a) deverão ser usadas exclusivamente para os comentários e situações que envolvem relações entre as partes;

b) não serão distribuídas, reveladas ou divulgadas de modo algum para terceiros, exceto para suas próprias companheiras que tenham necessidade justificada de ter conhecimento das referidas Informações Confidenciais e que, previamente, estejam dispostas à confidencialidade para conselhos necessários;


4. As obrigações não se aplicam, entretanto, às informações que:

a) a receptora possa comprovar que já são de domínio público ou que se tornaram disponíveis para o público por outro meio;


b) sejam liberadas formalmente pela contratante emissora e a revelação seja exigida por lei ou regras impostas pelo grupo;


5. As envolvidas poderão se negar à aceitação de informações transmitidas por força deste contrato desde que em momento anterior a qualquer revelação.


6. A revelação de Informações gerais, sentimentais ou confidenciais implicará em obrigação de reciprocidade.


7. As pessoas não estarão obrigadas a pagar qualquer remuneração pela revelação de quaisquer informações previstas por força do presente instrumento.


8. O Contrato não possui validade e permanecerá pelo prazo de, aproximadamente, sete décadas.

9. O eventual descumprimento de qualquer cláusula do presente Contrato implica na multa fixa e irredutível de um pedido de desculpas e demonstração de arrependimento, sem prejuízo da indenização correspondente ao eventual dano pessoal que se apurar.

10. As eventuais divergências oriundas ou relacionadas com a presente amizade, incluindo as questões sobre sua existência, interrupção ou rescisão deverão ser colocadas em pauta em qualquer momento;

11. As disposições deste Contrato não podem ser modificadas, alteradas, nem abandonadas.


E, por estarem as partes justas e acordadas, assinam o presente Contrato, com demonstração de igual teor e forma, para que produza seus divertidos e melhores efeitos.


Local e data
Universidade Federal do Espírito Santo
Dia 10 do mês de março do ano de 2008.

Letras - Português Ltda.

Testemunhas & envolvidas:
Sarah Vervloet, Mariana Gonçalves, Laila Có, Marília Carreiro, Rociele Lócio, Hanne Mendes, Daiane Ayres, Ana Cláudia Onofri, Karoline Nunes, Juliana de Barros.
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quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Entardecer



Mesmo que fosse possível usar de uma só vez todas as palavras, as inventadas e as ainda ocultas, ainda assim seria impossível que alguém ao ler pudesse sentir a encantadora atmosfera repleta de sons e cores sincronizadas que fazem um poeta obedecer ao chamado do grafite.
Toda essa luz laranja é refletida em cada pedacinho distraído de nuvem e um distinto cavalheiro invisível convida as folhas a dançar. Ao passar de duas ou três canções todos são surpreendidos por uma sombra cinza, primeiro discreta, quase imperceptível, depois mais forte e forte, que luta com suas espadas afiadas colocando em risco, mais uma vez, a vida da doce tarde amarelada. Lutar contra parece impossível, ou ao menos improvável, é como uma moça que, antes resistente, pouco a pouco vai se rendendo ao afago de um amante carinhoso, e após um tempo é ela quem pede mais.
Depois, é como se toda a natureza sentisse o êxtase do descanso depois de um baile voluptuosamente regido de movimentos, luminosidade e som. Outros atores roubam à cena.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Essas mulheres...

Como explicar uma amizade como esta?

Como explicar o sentimento que une as pessoas?

Karol, Dai, Ju, Laila, Naclau, Mari, Sarah, Hanne, Marília e Rociele.

Mulheres que são tão iguais, mesmo com todas as diferenças.

Mulheres que se completam!

Mulheres que compartilham alegrias e tristezas, que compartilham amizades.

Mulheres que confiam umas nas outras.

Que gritam, que cantam, que choram, que amam...

Mulheres que há cinco meses são quase amigas de infância.

Mulheres que tornam o dia umas das outras muito mais agradável!

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

A carta

Amor,
Engraçado é tentar escrever algo quando desejo falar pessoalmente. No fundo, sei que sou melhor com palavras ditas do que escritas. Para mim, fica a impressão que o ato de escrever traz consigo a enumeração: enumeração das falas, dos argumentos, dos sentimentos, do que realmente precisa ser dito. E sempre penso por onde começar e não começo. Só surgem, sucessivamente, perguntas sobre o que está acontecendo na sua, na minha e na nossa vida.
Não tem aquele dia em que você não acorda legal e parece que a hora é errada e tudo está no lugar errado, inclusive você? E que apesar de estar errado já está definido e não há como mudar? Pois é.
Hoje senti de leve, como um sopro, uma crise existencial.
Esta carta é uma tentativa de dizer que para mim, o nosso relacionamento vai bem do jeito que está. O problema de tudo, não é você, nem sua ida pra longe, nem o futuro. Nada. É que não vou bem e as coisas não estão como eu gostaria.
Minhas expectativas para determinados assuntos passaram do limite e para outros, nem chegaram nele. Não sei ainda o que quero da vida, não sei pra onde vou e nem quando chegarei lá. E, não sei se gostarei de ver o que verei quando chegar. E ainda, não possuo planos concretos para mudar essa realidade.
Vejo-me no fundo do poço sem saber como sair. Sinto que já está predestinado, que não posso mudar minha realidade nem o que virá. Não posso prender-lhe aqui comigo e ter você para todo o sempre.
Você entende?
Tenho a certeza de que em algum dia da sua vida, você acordou se sentindo desconfortável com o mundo e por isso sabe exatamente o que eu sinto agora.
Hoje tive um desespero momentâneo ao perceber tudo isso. Resolvi então, caminhar, espairecer. Isso me fez bem. Voltei pra casa melhor.
Sei que amanhã acordarei e não terei mais esse sentimento de hoje.
Tenho o defeito – já confessado – de não explicar o que se passa em minha cabeça. Eu sei que isso faria – talvez – uma grande diferença, mas às vezes até me expressar claramente e ter calma para dizer tudo me irrita.
Eu sei que não deve ser fácil conviver com alguém tão instável como eu. Sei também que essas crises existenciais atrapalham, mas sei que só você pode saber se vale arriscar. Espero que me desculpe por hoje.
Amo você, minha vida.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Sem colher

– Promete me amar pra sempre?
– Prometo.
– Promete mesmo?
– Sim.
– Mas se tudo der errado?
– Não dará errado.
– Quem garante?
– Eu.
– Mas se o destino...
– Não existe destino.
– E se alguém cruzar o nosso caminho?
– Pára de nóia, Gustavo.
– Mas, Heloísa...
– Que foi?
– Tenho medo de te perder.
– Isso não vai acontecer.
– Como você sabe?
– Sabendo, oras.
– Como assim, sabendo?
– Gustavo, está me irritando.
– Tá, vou parar...

– Helô...?
– Mmmm...
– Tá acordada?
– Não estava, mas fala.
– Nada não, pode deixar. Não quero atrapalhar você dormir.
– Já me acordou, Gustavo. Fala.
– Desculpa.
– Desculpa de quê?
– Desculpa por ter te acordado. Não era coisa importante...
– Amor?
– Mmmmmmmm...!
– Ih, desculpa de novo.
– Tá.

– Pára de mexer! Tive um dia estressante e preciso dormir.
– É que eu não consigo achar uma posição adequada. Eu vou pra outro lugar então.
– Não precisa. Leia um livro. Dará sono e você nem perceberá quando fechar os olhos.
– Ah, estou sem concentração.
– O que aconteceu, querido?
– Nada...
– Como nada? Você não consegue dormir. É algum problema?
– Não, nenhum...
– Então chega de frescura. Quem tem TPM aqui em casa sou eu.
– Vou ver tele...
– E não ligue a TV!
– Qual livro eu leio então?
– Qualquer um, amor. Boa noite.

– Bom dia, amor.
– Bom dia.
– Preparei seu café.
– Obrigada. Vou ter que voar pra chegar a tempo, perdi a hora! Hoje saio antes de você e levo o carro, tá?
– Tudo bem. Eu li umas notícias agora no jornal e...
– Tchau, querido! Bom trabalho!
– Obrigado...

– Helô, desculpa ligar agora, mas é que não combinamos onde vamos almoçar.
– Ah, pode ser no restaurante de ontem.
– Mas você reclamou da comida...
– Era só a de ontem. E não tenho tempo pra pensar em outro lugar.
– Como é você quem está com o carro, tem problema passar aqui?
– Não. Esteja em frente ao prédio às 13h, ok?
– Ok.
– Beijo.
– Beijo.

– Está tudo bem com você?
– Sim, Gustavo.
– Parece nervosa. Está assim desde ontem.
– Não tem nada, é só preocupação do trabalho... Fim de mês, você sabe como é.
– Sei sim.
– Vamos então?
– Vamos.
– Amor... Você jura que não é nada mesmo...? Estou preocupado com isso.
– Juro. É o fim do mês, acredite em mim.
– Acredito.

– Gustavo, está tudo muito corrido hoje na firma e preciso ficar até mais tarde. Tem como você passar na lavanderia e depois fazer as compras?
– Tem sim. Só preciso comprar as frutas e os ingredientes pro jantar?
– É. E tem como você preparar tudo? Acho que chego depois das 20h, ficará tarde...
– Tem sim. O melhor jantar estará servido quando você chegar.
– Obrigada, querido. Quem bom que me entende.
– Quer que eu te busque?
– Esqueceu que o carro está comigo?
– Verdade. Mas vem alguém com você?
– Não.
– Alguém vai ficar na empresa com você?
– Não, só eu.
– Então tá. Beijo.
– Beijo.
– Bom trabalho!

– Ai, amor, que época corrida. Esse sistema ainda acaba comigo!
– Eu sei como é. Lá na empresa estamos começando a ficar assim. Todo mês é essa confusão. Ah, seu jantar está na mesa.
– Você não vem jantar comigo, Gu?
– Comi umas besteiras agorinha, estou sem fome.
– Tudo bem.
– Nossa! Está realmente muito bom! Parabéns!
– Obrigado. Depois que terminar, vem ver TV comigo.
– Tá.
– Helô, esse programa está chato e estou cansado. Vamos dormir?
– Vamos.

– Querido...
– Mmmm...
– Tá acordado?
– Não estava, mas fala.
– Nada não, pode deixar. Não quero atrapalhar você dormir.
– Já me acordou, Helô. Fala.
– Desculpa.
– Desculpa de quê?
– Desculpa por ter te acordado. Não era coisa importante...
– Amor?
– Mmmmmmmm...!
– Promete me amar pra sempre?

 


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