Mesmo que fosse possível usar de uma só vez todas as palavras, as inventadas e as ainda ocultas, ainda assim seria impossível que alguém ao ler pudesse sentir a encantadora atmosfera repleta de sons e cores sincronizadas que fazem um poeta obedecer ao chamado do grafite.
Toda essa luz laranja é refletida em cada pedacinho distraído de nuvem e um distinto cavalheiro invisível convida as folhas a dançar. Ao passar de duas ou três canções todos são surpreendidos por uma sombra cinza, primeiro discreta, quase imperceptível, depois mais forte e forte, que luta com suas espadas afiadas colocando em risco, mais uma vez, a vida da doce tarde amarelada. Lutar contra parece impossível, ou ao menos improvável, é como uma moça que, antes resistente, pouco a pouco vai se rendendo ao afago de um amante carinhoso, e após um tempo é ela quem pede mais.
Depois, é como se toda a natureza sentisse o êxtase do descanso depois de um baile voluptuosamente regido de movimentos, luminosidade e som. Outros atores roubam à cena.
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
Entardecer
Postado por Hanne Mendes às 21:16
11 comentários:
Há lugares, momentos, em que se pode usar todas as palavras, sim.
"As palavras e os sons não seriam arco-íris...? A palavra é encantadora loucura: com ela o homem dança com todas as coisas."
Nietzsche
Lindo, lindo texto. Vou ler de novo até.
Arrasando sempre, né?! (?)
Beijo.
Perfeito!
[by Marília?]
Beijos
Sempre, Sarah?
(?)
=*
sempre...rs.
=P
a bobooca aqui nem viu o 'Hanne Mendes' no fim do post. =/
Agora eu entendi o [by Marília?] rs.
Beijo, Mari.
Lindo, lindo!
os atores roubam a cena
sim
já os autores
só tentam
porque cenário assim
só existe em imagem
mas tentar
já vale a pena
muito legal,
faço votos de voltar sempre.
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